domingo, 26 de dezembro de 2010

A VERDADE! *Votos de Natal e para 2011*


A VERDADE!

Cristo veio ao mundo, como homem, demonstrar o que de fato é ser puro e singelo.
Por isso, nessa época de final de ano e Natal, todos ficamos com vontade, e por que não dizer “obrigação”, de sermos retos e justos. Acontece que, passando-se as frases bonitas e as luzes piscantes, voltamos à frivolidade, intolerância e desprazer de servir aos outros. A falsidade leviana, característica implacável do ser humano, se prende novamente a nossas convivências. Apenas a graça e a bondade de Deus, dada a nós por Jesus Cristo, farão de nós pessoas melhores. Meu desejo é que todos os dias sejam dias da misericórdia e da VERDADE de Cristo em nós. Somente ela, a VERDADE, poderá arrancar de nós qualquer proximidade com más índoles. Posses, posições e cargos elevados, dinheiro, prazer, reconhecimento...nada disso reflete a agradável e sincera VERDADE DO SALVADOR!

Que Cristo nos SALVE da frivolidade humana, nos libertando pela Sua VERDADE e AMOR! Em 2011 e sempre!

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará!” João 8:32

Raquel Murad

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Ego em Jogo


O saber conviver se tornou a marca de libertação para essa humanidade, que busca apenas o próprio privilégio. Praticar a intolerância é natural do ser humano, instigado pela ação cultural. E muitos são os modos pelos quais demonstramos nossa limitação comportamental, em se tratando de respeito ao próximo.

A diferença religiosa contribui para um descontrole na convivência. Muitos matam, julgam e ofendem praticantes de uma fé distinta por pura pré-definição de caráter. Porém, há pouco, foi veiculada uma propaganda da Atea- Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos- que condena a prática da intolerância. Nela explicitava-se a figura de Hitler e de Charles Chaplin, sendo o primeiro crente em Deus e o segundo ateu. A seguir, vinha a frase “Religião não define caráter”. Compreendendo-se os feitos desses homens, não há razão para menosprezar alguém por sua crença.

Não é somente no âmbito da fé, de times esportivos, da política ou da cultura que a tolerância é escassa. Dentro de nossas próprias casas temos familiares, com mesmos valores, e que muitas vezes são vítimas de nossa frivolidade. O respeito começa pela educação e pelo modo como tratamos os mais próximos. Se somos incapazes de renunciar nosso ego, em detrimento da família, como saberemos conviver com aas diferenças externas? Os direitos humanos têm de ser ensinados e praticados nos lares.

A aniquilação do egoísmo humano está na prática da democracia. Não somente na política, mas principalmente na comportamental. Saber exercer a “coisa de todos” é negar privilégios e perceber que, humanamente, somos iguais. Talvez, sim, nenhum de nós consiga escapar plenamente da intolerância. Porém, cultivar essa ideia não fortalecerá a tentativa de reconstituição do respeito mútuo.

Raquel Murad

(Minha redação no vestibular da Unifesp 2011, cujo tema era “A Intolerância em xeque")

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CAVALHEIRISMO?



Meu comentário para o texto "Homens devem ganhar mais que as mulheres" do blog http://www.toquesparamulheres.com :

Há o lado lógico e o sentimental da coisa. Analiticamente, está certo que, se o homem ganhar mais, ele deve pagar pela mulher. Porém, isso viraria um mero dever, um cumprimento de uma norma pré-estabelecida, que sugere a impossibilidade feminina (de antigamente). O cavalheirismo “moderno”, penso eu, é um gesto nobre, de cuidado e ternura para com a moça. Partimos aí para o sentimentalismo. E isso não significa que ele deva sempre pagar a conta, pois o ‘direito igual’ não é só em relação à valorização feminina, mas também inclui o valor masculino (só para lembrar). Por isso, a mulher também deve pagar a conta, como um gesto nobre, de cuidado e ternura para com o homem. Aliás, que belas seriam as relações se essa teoria prática de dinheiro se aplicasse no cotidiano, fazendo do casal um poço de tolerância e aceitação. É, cavalheirismo implica fragilidade feminina. Somos nós assim? Todo ser humano é frágil ou forte, dependendo da circunstância. Por isso, somos meramente IGUAIS, estamos sujeitos a passar por algo na mesma proporção. Claro que há diferenças entre os sexos, mas estas se anulam e se guardam na medida em que estamos dispostos a tolerar e aceitar um ao outro. É isso possível?

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Aflição "Consumidora"


Sou apenas uma estudante de 18 anos que tenta entender onde estamos e aonde viemos e vamos parar. Sempre aprendi sobre desperdícios, preservação da natureza e o tal consumo "sustentável". Mas não vejo compatibilidade com os ensinos e a vida real. Aqui, fora das quatro paredes das escolas, a sociedade parece vencer a teoria do sustento. Ela nos impõe tantas vaidades do consumismo, que mal percebemos que somos persuadidos e afastados da dita sustentabilidade.
Os materiais didáticos estão cada dia mais cheios de sinalizações e exercícios que envolvem essa questão ambiental. Hoje mesmo fiz um de química que pedia para calcular o rendimento da reutilização do Mercúrio de lâmpadas. O Resultado: apenas 38% é reutilizado, e os 62% restantes são jogados em lixão a céu aberto. O que é uma calamidade, sabendo que o Mercúrio é altamente tóxico e prejudicial à saúde. Isso reflete que não há esforços inteiramente plenos para sanar esse problema. As potências mundiais nunca chegam a um acordo sobre as propostas ambientais. O Protocolo de Kioto durará somente até 2012, e não se sabe ainda o que irá substituí-lo. Ou seja, as prioridades não estão sendo as referentes à sustentabilidade. Como, então, fazermos de nossa vivência cotidiana compatível com a melhoria e preservação do Universo? Fazer nossa parte, sim, é nosso dever, mas temos também o direito de presenciar nossas autoridades lutando preferencialmente para uma vida que se sustente ambientalmente. É esse meu conflito interno sobre aonde iremos com esse mundo. Como conseguiremos conciliar a sustentabilidade com desenvolvimento, suprimento de alimentos, transportes, qualidade de vida, e até consumismo, se os responsáveis por isso não pretendem se submeter? Por isso, façamos pelo menos a parte que nos cabe; assim tentando responder ao clamor da natureza!

Raquel Murad


"A própria Criação aguarda ansiosa pela manifestação de Sua glória em nós." Romanos 8:19

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pátria


Meu país do tupi
Da tropicalidade Atlântica
E do guarani

Pelos verdes ares de sua imensidão Amazônica

Sinto a leveza dos céus
Mergulho na profundeza tônica
da pele morena
Índios cor da terra
Terra de suas mazelas
Trocadas pela inocência

E pela indecência

de colonos fúteis

Atraídos por interesses inúteis

Exploração, fartura ibérica

Imposição, medo colonial

Onde está meu pau-brasil,

Fruto do ventre dessa pátria?
Levado foi pela conquista brutal

Desmantelamento!

Somos agora faces turvas desse passado
Que não pode ser mudado
Mas sim reinventado
Amando essa linda pátria
Valorizando a terra natal
Interviremos na estrutura pobre

Contemplaremos o belo
transformado pelo amor
de nossos corações brasileiros!


Verde, campo, fruto, vida, folha!

Amarelo, flor, sol, pássaro, canto!
Azul, céu e mar, estrela, imensidão!

Cores vivas, juntas sorriem

Despertam a manhã
E a Luz do Luar

Perto estão os que estão longe
Pois a pátria tem sempre a raiz de sua canção!

Raquel Murad

em clamor pela valorização do Brasil!

sábado, 23 de outubro de 2010

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ABUNDÂNCIA ÍNFIMA/ MISÉRIA FARTA

Entre palácios, joias, luxúrias e vaidades, o rei Abastado governava um povoado a oeste de uma ilha. Um povo rico, esperto, ganancioso e perspicaz era seu súdito. Naquele lugar, a terra era roxa e suava frio. Já do outro lado da ilha, a leste, havia um reinadinho humilde e atrofiado, comandado pela rainha Escassez. Povo pobre, ingênuo, porém sóbrio. Lá a terra era deserta, mas aquecida pelos corações.

O rei Abastado, exausto pela monotonia de seus dias, iniciou um plano de domínio sobre a ilha por inteiro. Para isso, bastava conquistar o povoado do leste, o que, para ele, dificuldades não haveria: derrubar os fracos e pobres é como empurrar alguém à beira de um abismo. Era o que pensava.

Mal o dia apareceu, o rei enviou um emissário para avisar a rainha sobre a total dominação que programava, partindo, a seguir, exageradamente para o combate. Desacreditada, porém resoluta, Escassez recebeu o ataque, mas não revidou. Estranhamente, Abastado não conseguiu dominar o povoado vizinho. Furioso, ordenou que seu exército invadisse novamente o local. Mais uma vez, não teve sucesso.

O rei e seus súditos tentaram descobrir o porquê de não conseguirem dominar um povo tão fraco e frágil, ainda mais que não havia qualquer contra-ataque. O leste recebia ofensas calado, era
inundado por armas. Mas não revidava. E sem revanche não há luta, sem luta não há guerra, sem guerra não há dominação.

Rainha Escassez era serena, mas tinha estratégia. Era miserável, mas tinha riqueza de conceitos. Ela sabia que ignorar a maldade e não se vingar é como brasa na cabeça dos malfeitores. Foi o que aconteceu. A cabeça do povoado oeste queimava sem entender tamanha benignidade da rainha. Comentavam uns com os outros a audácia e sabedoria dela, apesar de ser limitada em sua pobreza.

Ao final, todos concordaram que a rainha Escassez deveria governar toda a ilha. Valorizaram sua forma eloquente de tratar dos valores humanos, sem precisar de joias, luxúrias, palácios ou quaisquer dessas futilidades.

Escassez sabia que nunca nada lhe havia faltado. Já Abastado, deposto pelos próprios súditos, reconheceu a supremacia da abundância de caráter. Nunca a riqueza lhe foi tão miserável.


Raquel Murad


Texto publicado no livro "Elas Escrevem", Editora Andross- edição 2010.

domingo, 1 de agosto de 2010

SENTIDOS

Afaga-se a emoção
quando, finalmente, entre pedras afins
o medo se dissipa
a flor renasce
o dia transpõe o que fora deixado
Suspende-se a rima
A Luz surpreendeu até a poesia
Suspiros, sentidos"brand new"
Escuridão outrora à flor da pele
Agora raios luminosos à pele da flor
Depressões, vales
Montanhas, cordilheiras
Movimenta-se ao tom da aspiração
Segue, luta para aliviar a emoção
Abster-se, comover-se
Aprender, ensinar
E assim levar os sentidos
Ao mais alto lugar
Mesmo que em declínio, às vezes, sucumbir
Mas sempre constante, firme
Rochedo
Até a areia não mais ser movediça
E a terra dos pés sacudir
Chegando ao inabalável modo de ser
Amor
Vida
com Deus!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sete vidas / Seven Pounds


Dias atrás, eu assisti a um filme impressionante. Sem exageros, um dos melhores que já vi. Isso porque ele me fez pensar, incentivou-me ideias, fez-me argumentar nossas atitudes, nossas ignorâncias. Filme assim é que eu gosto! Contarei sucintamente a história, para entendermos as argumentações!

O Filme é "Sete Vidas" ("Seven Pounds", no original), um drama estrelado por Will Smith. Ele representa um homem com uma vida normal, noivo de uma garota. Mas, enquanto dirigia, ele resolveu ler mensagens do trabalho no celular. Causando, assim, um acidente terrível em que morrem 7 pessoas, inclusive a sua noiva. Ele, vivo, cai em depressão e resolve salvar outras sete vidas no lugar dessas que morreram por sua causa. Começa a aparecer na vida das pessoas, e mudá-las, como um anjo. Doa fígado para uma, ajuda financeiramente outra. Até que encontra uma mulher com sérios problemas no coração, à beira da morte, e eles se apaixonam. Ele passa a cuidar dela como nunca cuidou de outra. Mostra realmente, o que é o amor pelas pessoas, o cuidar que não se preocupa consigo mesmo. Porém, seu sangua é raro e não há muitas probabilidades dela se salvar. Ele, então, resolver doar sua própria vida em favor das pessoas. Ele se suicida e doa seu coração a ela, e seus olhos a um cego. Um herói.

Emocionante, não?


Mas... até quando será necessário matarmos pessoas acidentalmente, para assim nos oferecermos como sacrifício a elas? Será que o mesmo egocentrismo que fez o personagem do filme bater o carro, nos atingirá sempre? Pense. Não é preciso sacrificar sua vida até a morte, como ele o fez. Mas pequenos gestos, em amor, já nos tira dessa roda egocêntrica. Uma ligação a uma amigo necessitado, um abraço em uma pessoa, mesmo que não tão amiga, e o mais importante e difícil: amar aqueles que o odeiam, que lhe fizeram mal. No filme, ele ajuda apenas as pessoas que ele pensa que merecem, que são boas. Lembre-se, Cristo amou e ajudou a quem não merece, graça imerecida! Pense, então, antes de julgar, de odiar. Se o personagem tivesse não só ajudado a essas pessoas boas, mas mostrado um pouco de amor também a quem não merece, certamente teria constrangido os "maus", e talvez tranformá-los.

Sempre pensamos "essa sociedade está a cada dia pior", "a sociedade não tem mais jeito"... Porém, quem é a sociedade? São as pessoas. VOCÊ é a sociedade. Não sei se pode mudá-la, mas pode fazê-la um pouco diferente com seu amor. Cuide das pessoas, as que estão à sua volta, e também as que você pensa ser inalcansáveis. Olhe em volta. VEJA A TODOS. Não só ver, mas olhar. Olhar as situações com amor, com intuito de melhorá-las. Às vezes não acreditamos em nós: como só eu posso mudar tudo, sendo que a maioria não pensa nas pessoas, sendo que ninguém pensa em mim, em nós, ao governar um lugar. Eu lhes digo que o mundo tem jeito sim, se pelo menos algumas pessoas atenderem ao chamado. Aí o mundo já não será igual. Sem você, tenha certeza, o mundo não seria o mesmo, estaria faltando uma pessoa.


Pense em sete pessoas, inicialmente. Conhecidas ou não. Comece orando por elas. Depois tente olhá-las, no sentido da necessitade. E ajude-as, mesmo que só com palavras, com abraços, com afetos. E mais importante: inclua aquela pessoa que te persegue, ou aquela a quem você não suporta. Faça algo que a surpreenda, nem que seja só mudar seu olhar perante ela. A vida lhe será mais leve.



Ame aos outros.

Cristo te amou.
Sem merecer.
Escolha a singeleza.
Despreze o orgulho. Egoísmo.
Ame. Aprenda.
Tente.

Que a Graça daquele O qual sempre nos VÊ, nos ampara, esteja SEMPRE contigo!

Raquel Murad

terça-feira, 20 de julho de 2010

Quando a esperança desfalece...

Quando a esperança desfalece,
Minh'alma clama pela paz.
A escuridão do mundo
Parece não ter jeito.
Vejo-me pequena,
sem possibilidade de atender
ao chamado da Terra,
ao clamor da natureza,
à miséria, à destruição, à decadência
de povos, nações, pessoas
necessitadas de uma gota mínima
não só de água, mas de AMOR.
O que haverá de acontecer?
Muitos necessitam, poucos ajudam.
Desigualdade, avareza.
Raros são os puros de coração.
A essa hora, minha esperança desfaleceu.
Minha mente vai à loucura,
pois mesmo fazendo o que posso para suprir
a falta de amor que no mundo há,
não parece, ao todo, ajudar.
Insuficiente pareço ser.
Contudo, a esperança não pode morrer.
Olhei ao alto, ao fundo no céu
Disse: Senhor, eu quero a todos ver.
Ver a fragilidade e supri-la.
Ver a miséria e matá-la.
Ver destruição e reconstruir.
Ver a morte e revivê-la.
Ver o caos e magnificá-lo.
Mas pequena, frágil, pobre, miserável sou.
Nada posso fazer sem Teu amor.
Ao que ele me respondeu:
Filha minha Tu és,
minha graça te dou.
O mundo em minhas mãos está,
teu clamor e de muitos eu ouvi.
Confie em mim, e o mundo abalado
não há de se destruir
a quem amar sem frieza.

EU SOU, Eu SEMPRE estou.
Estou no coração abatido,
para quebrantá-lo.
Estou na morte, para revivê-la.
Estou no caos, para glorificá-lo.
Só em MIM, o desastre pode ser contrução.
A mentira pode ser rendição.
E o desamor, via de arrependimento.
Não temas, NUNCA.
Vejo a ti e a todos que clamam,
a todos que ouviram meu chamado
e querem mudar o mundo,
de acordo com o que eu lhes ensinei.
Continue, persevere.
Mesmo assim, pequena.
Não esqueça, Eu sou contigo.
Não temas o porvir.
EU SOU a Luz da próxima manhã.
EU SOU!
....Sim, Senhor, TU ÉS!

Raquel Murad

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Interesse Bucólico


Nessa sociedade populosa, o verde dos campos e das árvores parecem desaparecer a cada instante. Quanto mais pessoas nascem, maior é o desmatamento. O valor das plantas parece não mais existir, o que é preocupante para o destino campestre.

Antigamente, a grande quantidade de homens era benéfica para a mão-de-obra no cultivo rural. Hoje, grande população é sinal de escassez bucólica. Isso porque os focos são outros, os interesses não são mais a favor da sociedade e do ambiente (isso se algum dia já o foram totalmente), e sim presam o bem-estar de quem detém o poder. E a cada dia isso se torna mais sobressalente.

Prova disso, na vida urbana, é a construção descontrolada, e muitas vezes desnecessárias, de prédios, empresas e comércios, sem o consentimento ambiental. As consequências não são levadas em conta, para eles o que importa é tão somente o lucro atual. Na vida rural, o mesmo ocorre quando se destinam terras para o plantio de determinado produto econômico, e a vegetação local fica comprometida. Em ambas situações, a paisagem verde é dependente da ação dos homens.

O mundo é movido ao poder, à transação de bens e aos interesses interregionais. Acabar com o progresso da economia para chegar à total preservação não é uma saída viável. Portanto, o equilíbrio deve ser mantido. A cada construção, tem de haver reflorestação. A cada ação destrutiva, uma nova vida há de ser regada. Só assim o futuro não surgirá sem o verde vital, e pode sim haver esperança.

Raquel Murad

Superioridade (Bullying)


O poder é uma palavra que define muito bem o que rege nossa sociedade. O bullying é uma prática escolar cometida por adolescentes que agridem física e moralmente colegas indefesos. Isso mostra como até crianças saem dos limites para mostrar superioridade.

Alunos com aparências diferentes, tímidos e incapazes de se defender são algumas vítimas de comportamentos agressivos. Mas o que realmente leva crianças a cometerem tal atrocidade? Geralmente eles, os bully's, têm a necessidade de que os outros os vejam como sendo os melhores. E, ao praticar o bullying, afirmam a decadência do vitimado em relação a eles. São incapazes de lidar com diferenças e se veem "donos do mundo". Tal pensamento, na maioria das vezes, é proveniente dos pais que não prestam a atenção aos valores dados, e as crianças simplesmente as copiam.

A inveja também é outro motivo que leva a discórdias. Os agressores não admitem quando veem alunos melhores que eles, em relação a notas. No fundo, querem ser como eles, e assim passam a desmoralizá-los, com o fim de relatar superioridade em algum aspecto. Essa violência psíquica é a mais usada, e o preocupante é que muitos não dão a devita atenção a ela, a mais prejudicial em relação a traumas psicológicos futuros.


A principal educação capaz de evitar o
bullying é a vinda da família. Pais devem saber da vida escolar de seus filhos e dar a eles as devidas punições e conselhos. A pior consequência da vida urbana "corrida" é a falta de tempo dedicado à ação das crianças nas escolas. Mas o colégio também deve cumprir sua parte, dando devidas informações aos responsáveis pelo aluno e criando projetos de resistência à violência. Deve também considerar que tais problemas pedem a necessidade de tratamentos com psiquiatras, tanto para o agressor como para a vítima. Só assim traumas bruscos poderão ser evitados ao máximo.

Falar bem e não dizer nada?


Principalmente em se tratando de políticos, vemos o vocablário alteroso em seus discursos. Mas a maioria das pessoas não entendem o que se é dito, aliás, nem mesmo os próprios políticos entendem. Só ficam estupefactos com a beleza das palavras...

E como é possível tal fato acontecer? Como alguém pode montar uma linda frase, com regras gramaticais totalmente impecáveis, mas sem o mínimo sentido? É o famoso ditado "falar bem e não dizer nada". E é explicado pela ciência médica: as partes do cérebro responsáveis por processar a gramática das palavras e por processar o sentido imposto na junção delas são diferentes. Há a "Área de Broca", que organiza a linguagem e a fala de cada idioma, e a "Área de Wernicke", que dá o sentido das informações e suas relações simbólicas.

Portanto, é possível "pensar" só com a Área de Broca, e dar uma estrutura formal à fala, mas não lógica. É o que acontece com a maioria dos políticos. Precisam entender, urgentemente, que suas Áreas de Wernicke também são funcionais...e por que,então, não a usam com mais frequência?


Raquel Murad

domingo, 13 de junho de 2010

Quando abrimos os olhos...

Nascemos, crescemos, tornamo-nos adolescentes, depois jovens, adultos, e assim amadurecemos mais. E não é repentinamente que mudamos de fase. A sociedade impõe regras etárias que determinam essa passagem, porém nem sempre funcionam. Há fatores muito mais relevantes que podem ocasionar uma possível maturidade ou retardá-la.
Desde o primeiro instante em que abrimos os olhos, nossa identidade será pautada naquilo que iremos vivenciar e nos submeter. Os pais são uma das causas mais marcantes desse envolvimento. Como crianças, somos dependentes de tudo e todos. Há aquelas que já querem ser “crescidinhas”, e levam para si uma inteligência até maior do que as “normais”. Isso pode ter como causa o convívio maior com adultos e pouco com crianças.
A adolescência é a fase mais famosa em sua complexidade. É o tempo em que mudamos mais, crescemos demasiadamente, e nos “ligamos” ao mundo de fato. Talvez aqui nossa dependência seja menor, e partimos para uma prévia do que seremos quando “soltos ao léu”. Na juventude, vemos o caminho mais direto para nossa autonomia, crescemos como cidadãos, universitários e até trabalhadores. Fase quase conjunta com a integridade de adulto, então podemos chamá-la de ”independência parcial”.
Porém, principalmente nas classes mais altas, o nível de maturidade e sobriedade é muito menor do que deveria ser de acordo com a faixa etária que nos muda de fase. O adolescente deveria abrir os olhos para o mundo, e se inserir nele. Mas o que acontece é o oposto: ele se fecha em sua própria estufa, em seu estilo inusitado, em sua tolice imatura de relacionamentos. E assim, quando jovem, não sabe se definir nem reagir às pancadas da vida que sobrecairão nele. Torna-se irresponsável, assim como talvez tenham sido seus pais ao criá-lo com tudo nas mãos, sem preocupações de vida, ou seja, é o famoso “mimado”.
O oposto, felizmente, também acontece. É raro. Mas acontece. Quando nas fases de inserção de maturidade, o adolescente realmente abre os olhos para a realidade em que vive. A esse caso, há o domínio cultural, intelectual, e assim, sua identidade é nitidamente pautada por seus conceitos e valores denominados - a ação dos pais é geralmente a essência. Nesse acontecimento de maturidade prodígio, a adolescência talvez nem seja completada, e sim só uma rápida passagem para a juventude semi-autônoma.

Dizem que assim não se aproveita o tempo de libertinagem e despreocupações, mas, na medida em que essa liberdade se torna extrema, o crescimento individual eficaz regride.

Fui privilegiada, e sou muito grata por isso, pois sempre me vi diferente das pessoas à minha volta, de mesma idade ou até mais velhas. Minha base de entendimento global foi pautada precocemente, o que se deve aos pais excelentes que tive, e ao meu imenso amor pela leitura, escrita, teologia, e quaisquer formas de apreço da vida. Talvez tenha perdido alguma parte de despreocupação e aproveitamento da vida ingênua. Mas não troco o que eu me tornei por nenhum outro modo. Hoje, aos recentes 18 anos, ingressando à maioridade, não me vejo aquém dela, nem mesmo antes. Claro que cada momento tem sua característica, e mesmo adultos não podemos deixar que a seriedade extrema nos corroa, mas sim devemos agir na medida certa de cada situação.

Entendemos, então, que a abertura das janelas para o mundo é uma ação que tem de ser valorizada, assim formando pessoas, cidadãos, e uma nação digna. Ao nascer abrimos os olhos físicos, mas que isso não seja o suficiente. Que ao longo da jornada nosso entendimento nos traga conceitos favoráveis a nossa leitura de vida, que proporcionará a visão suprema dos olhos, a janela da alma a ser vivenciada!

domingo, 28 de março de 2010

Poesia minha feita em 2003.

Mundo Louco

Havia um mundo muito louco,
Onde tudo era diferente.
O em cima estava embaixo
E o atrás ficava na frente.
O sujo era limpo
E a água tomava banho.

Era tudo uma confusão,
O verdadeiro era ficção
O amor virava ódio
E o ódio uma ilusão.

Nesse mundo, quem entra não sai mais,
Pois entrou pela porta de trás.
Lá o rato caça o gato
E o gato caça o cão.

O ouro e a prata eram de graça,
E o lixo custava muito caro
Sendo assim tudo era nada
E nada era muito.

Que mundo é esse,
Em que ninguém acredita?
Não é perfeito,
Mas nada deixa de acontecer.
E é assim que alguns aprendem a viver!

Raquel Murad
(eu com 11 anos)

Estrelas Lamentam

Quando a falta te constrangir
apenas olhe para cima e veja a luz do luar
que clareia a noite.
Até nos dias mais escuros,
As estrelas em comunhão
formam a esperança
de a noite se tornar dia
E retornar a alegria.
Meus olhos diziam do amor
Seus olhos te traduziam
Mas agora
Não há mais luz nos olhares
Por isso, olhe nas estrelas
e a luz do amor incidirá em você.
Com toques de lamento, dor e até rancor
Mas reluzirá a esperança do dia seguinte
Não há mais palavras
não há mais ações
O vento levou qualquer sinal de ilusão
Quem dirá o que acontecerá?
Quem dirá pra onde o vento quer nos levar?
Às margens do mar a maré cessou
pois a Lua estagnou no tempo da emoção sofrida
Só o brilho das estrelas fortalecerá a noite deflagrada
Olhe para elas, sim, todas as noites
Elas são como chamas em meio à escuridão
Como brisa em meio às águas
Como ave a voar pelo céu
E Não tema o temporal
A bonança está ao pé da luta
Siga você, não se perca
E às vezes olhe para o céu
Eu estarei entre o brilho das estrelas!

Raquel Murad
VDE

Mais Lirismo...

Incerto

Em nenhum sentido
Por nenhum lado
Na estrada insegura
Não havia direção

Concentrada em minhas próprias ilusões
Entrava em curto
com pensamentos talvez improváveis

Retida em minha inocência
Não sabia o que viria
E se minha consciência
Enfim tranquilizaria
(verso em redondilho maior- rima ABAB)

Mas abri meus sentidos
Desabrochei para a manhã
Resgatei lá do fundo
O que tinha pra você

Complicada situação
Essa se tornou
Mas a mim não amedronta
o não saber dos dias
próximos de minha imaginação

Só vivo cada dia
Tentando aproveitar
Até os minutos que já se foram
Assim detendo no peito
a magia da incerteza!

Raquel Murad
VDEA

Poemas. Um pouco de lirismo!


Perto Inalcansável



Ao te olhar não contenho as palpitações
É como se uma avalanche me levasse ao chão
E por um instante eu esquecesse a reação
De se viver a realidade


Faço-me de importante,
Intocável e inoperante
Para te fazer me ver

Mas por dentro sou derretida
E minh’alma fervilha
Na loucura de imaginar
Um dia te alcançar



Passei o dia
Em festa e cantoria
Esbaldando-me de ansiedade
Por saber que agora, de verdade,
Você saberá minha fragilidade


Porém, o que era excitação
Se tornou em aflição
Os motivos, não entendo
Dúvidas, me corroendo...
Apenas espero
Que o raiar do sol
Traga de volta a luz da esperança
E que a tua lembrança
Me traga bonança
E não rejeição


Que o sereno da manhã
Seja refresco para meu coração
E que o sangue que nele há
Não cesse quando você passar
Me deixando contar seus passos
À medida em que meu coração palpita!


Raquel Murad
VDLB

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

NOVO TEMPO


Há tempo para tudo, o tempo de 2009 se foi. Mas para a esperança de eras cada vez melhores não há tempo. Todo dia é dia de modificações. Deveria ser assim. Sempre que um novo momento começa, nos achamos na obrigação de melhorar o que éramos, e partir para uma nova perspectiva. Isso é revigorante, com certeza! Mas seria mais plausível se todos nossos dias fossem como os de "reveillon". A vida possui fases: das mais explêndidas às mais degradantes, mas todas elas contribuem para o que somos e o que seremos. Não é sempre que a data de novo ano coincide com nossa data pessoal de mudança... Por isso, sempre que nos virmos em situação necessitada de perspectivas, devemos nos modificar. Entretanto, agradeço a Deus por haver uma virada a cada 365 dias. Pois é a válvula marcante para a maioria. Então, não se prenda à mesmice. Inove-se junto com o ano, principalmente para as coisas do alto, o que nos engrandece humanamente. Aprenda a amar, sem se importar com merecimentos. É a maior virtude para 2010!

Raquel Murad