segunda-feira, 27 de julho de 2009

Música



Tom Agradável

Faze-me como Tu queres que eu seja
Molda-me conforme o Teu caráter
Desperta em mim o valor da Tua essência
E faze-me entender o poder da Tua cura

Tu és minha glória
És quem me mantém de pé
E quem faz a minha história
Pois no mundo não há motivos...
Que a minha vida seja um
tom agradável aos Teus ouvidos!

Raquel Murad

Poemas

Água do Tempo

Levei comigo qualquer sinal de ilusão
Arranquei das mais belas flores o perfume do viver
Senti que molhei as areias que cobriam a praia do sofrimento
E refiz a esperança de alcançar o almejado
Sou a água que o tempo constrói
Sou a água que o tormento destrói
Não me importo em encharcar os ponteiros do relógio
Pois sei que não posso detê-los
Mas sigo na corrente de águas vivas
Arrastando cada momento que o tempo produz
Posso levá-los comigo pra sempre
Ou arrastá-los até a margem
Até não poder mais vê-los
Sou a água que renova
Que desbota
Ou reboca
Porém sempre passa
E despeja as experiências
Sou água do amor
Talvez da dor
Mas sem a água o tempo pára
E o momento não se altera
E a vida pausa
Sou quem vê o futuro
Mas deixa o presente acontecer
Sou a vida
Sou o momento
Sou a Água do Tempo

Raquel Murad

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Perfume da vida

Vitórias e derrotas sempre estarão em nossas vidas
Mas desistir é tolice
Pois o amanhã é sempre novo
E os sonhos nunca têm fim

Sem sonhos, a alma apagaria
Pois são combustíveis para cada instante da vida
Sonhos são fortes como a pedra
Que resiste à tempestade
Diferente dos desejos
Que se quebram em meio às dificuldades

Sonhos são sentimentos
Transformados em anseios
E quão doce é uma vida
Repleta dessas essências
Afinal, como a vida esbanjaria flores,
Sem o perfume dos sonhos?

Raquel Murad








Passivos às aparências

Nesse século, e com certeza sempre, o humano deposita seus pensamentos e ideais apenas na desonesta análise de aparências e nas imagens externas. E é esse o pensamento em que se baseia a mídia. Quase sempre uma informação é projetada pelo que a maioria deseja ouvir, e não pela verdade absoluta.

O ser humano anseia em viver expectativas e emoções causadas por algum conflito ou desgraça. Tudo para se esvair da monotonia enfadante. Surge, então, o ponto crucial da viabilidade midiática. A mídia propaga o pensamento público, por isso autoriza qualquer tipo de notícia que provoque interesse à população, sendo ela perspicaz ou não. Todo meio de comunicação que produz sucesso, é aquele conhecedor da mentalidade da maioria, e não aquele que exprime seus próprios pensamentos apenas.

A mídia, porém, não implica a ninguém o “ser passivo”. Existem muitas variedades no sistema comunicativo que proporciona, a quem quiser, o direito de pensar, contra ou a favor, e não apenas aspirar informações passivamente às aparências.

O posicionamento crítico e relevante de camadas sociais mais disciplinadas as fazem absterem-se das aparências. E esse posicionamento revigora o sentido da mídia, e a torna plausível em sua missão: nos fazer conhecedores de causas mundiais, que podem mudar nossas atitudes. E só o faremos se criticarmos a veracidade do que nos remetemos a ouvir e ver. Fugindo, assim, da fugacidade da mente humana, preocupada com exteriores imagens que apenas nos levam à passividade das aparências.

Mesmos Passos


Ezequiel... Ezequiel... Como me desiludir desse incômodo? Como acontecerá esse reencontro, nunca tido antes, e que não fora marcado? Sempre freqüentadora de uma singela e comum praça, onde muitos, inclusive eu, deixam seus passos apressados para o trabalho. Repentinamente, o lugar não foi mais o mesmo para mim. Um indivíduo, cujo nome eu desconhecia, era também freqüentador. Dia a dia, sem mais e sem menos, eu me achava perdida em seus passos, e cheguei a até segui-los uma vez. Tudo resultado da comoção que aquela face me causou. Eu andava sempre entretida no que ele fazia, em suas companhias, expressões e gestos.

Ao longo do tempo, não me continha em apenas vê-lo. Porém, queria traduzir e reconhecer o que aquela pura beleza poderia dizer: o que continha de real valor em sua pessoa. Assim, me virei do avesso, mas alcancei informações, e valiosíssimas por sinal: descobri um conhecido em comum. Pronto! Dediquei-me a achá-lo na vida virtual, e assim o fiz. Logo se deu a primeira conversa, tida pela tecnologia comunicativa.

Nome? Ezequiel. Perguntou-me quem eu era, logo fiz alusão ao conhecido em comum. Disse-me que eu trazia uma face familiar a ele. Contei-lhe nosso local de freqüência, que o fez se lembrar de mim rapidamente. Fato que afirma ser seu entretenimento antigo em minha face também.


Consegui o que queria. Analisei sucintamente a origem e a realidade de seus conceitos e valores. O que não me agradou inteiramente.
Após realizar essa definição, me veio à mente um incômodo impertinente: tendo, pois, me comunicado com ele, como agora se daria o “reencontro”, o qual não fora minuciosamente previsto, mas se daria com a ação do dia a dia? Incômodo este que se agravou ao me deparar com minha realidade tímida.

Queria reencontrá-lo, porém minha análise feita dele não me convencia a isso, muito menos minha timidez. Não pude fugir. E ao raiar do dia fui ao encontro dele, e de encontro comigo mesma. Os olhares, as emoções, os sentidos e o contentamento foram resumidos num “oi, tudo bom?!”. E assim sucedeu continuamente.

Ezequiel: para mim, uma amizade desejada e invejada, porém não conquistada. Relembrei seus conceitos não aprovados. Restou-me refletir. Em suma, fui ao encontro de mim mesma. Concluí seguir meu caminho linear de antigamente, porém largar os mesmos passos.

Aceitação e Progresso


A raça humana é constituída por indivíduos de mesma estrutura, porém com diferentes ideologias. Nossas impressões digitais são uma das provas de que cada um se difere dos demais seres. Cada qual possui valores diferentes que formam um todo no universo. Entretanto, saber lidar com essas variações é uma grande dificuldade da maioria.

Há escassez de aceitação. Propositalmente, nenhum ser foi criado igual ao outro. Por esse motivo, deveria haver compreensão, mesmo em um meio conturbado de ideais distintos. Muitos se acham donos da verdade, ou não sabem assumir a mentira de dentro de seus seres. Então incompreendem o outro lado, e acham que não existe alternativa a seu pensamento.

Aceitar não quer dizer concordar. É apenas respeitar o próximo, respeitar o limite do espaço alheio, valorizar e não pré-julgar. Parece ser difícil, mas quando nos importamos com o próximo, e não somente conosco, há aprimoramento nas relações. Aumenta o amor, a tolerância e a paz nas versáteis comunicações. Quando aceitamos, progredimos. E não isoladamente, mas há um progresso total. Pois a união da mesmice é limitada. Mas a comunhão do diferenciado promove o progresso de variados aspectos. Aceitar é progredir como um todo e também como um ser. Que avancemos em ser o que somos, sem interferir nas relações que mantemos.

Raquel Murad

Opostos Similares



Soluções e problemas costumam andar em direções opostas. Mas não quando se trata de biocombustíveis. Por representarem grande fonte de lucro, são vistos como soluções da ganância. Porém, ao analisarmos riscos, passam a ser definidos como problemas.
O biocombustível etanol é considerado um risco quando se perde parte da oferta de alimentos. A impulsividade na obtenção de lucros causou desequilíbrio entre a quantidade de consumidores e a produção de alimentos. Isso pelo canavial degradar solos que poderiam ser utilizados para outras plantações de alimentos.

Um trabalhador de um canavial também sofre conseqüências de excesso de trabalho. Mortes por exaustão são freqüentes. O biocombustível acarreta problemas de saúde, pelo elevado teor de gases que emite pelo ar. Por outro lado, na severa comparação com a queima de petróleo, o biocombustível é favorável, pois emite menos CO2, e isso implica na ajuda em reduzir o efeito estufa. Isso nos leva ao conceito inicial de o etanol ser íntegro aos comuns pontos distintos entre “soluções e problemas”.

Nunca o biocombustível será totalmente uma solução, nem totalmente um problema. Um equilíbrio favorável a todos deve ser mantido. Excluindo, assim, excessos e falta de senso comunitário. Biocombustíveis incluem vidas. E para tratarmos delas, devemos nos esvair do “eu mesmo”, e pensar em soluções para possíveis problemas que envolvem essas vidas e seus estilos de viver.

Raquel Murad

O Consumo do Ambiente


Terras produtivas, plantações, árvores, rios, florestas são graciosos presentes de uma nação chamada Brasil. Porém, às vezes, somos mal-agradecidos. Esse adjetivo se prova pelo mau uso dos recursos naturais pertencentes ao nosso país. A acirrada competição por lucro, por capital, e pelo ser bem-sucedido, provoca devastações no solo, por ele ser usado demasiadamente, sem atenção, sem senso.
Muitos alimentos são produzidos, muitas pessoas consomem, muitos carros usufruem de biocombustíveis. Tudo se interliga no consumismo. Uma sociedade consumidora não deixa de produzir somente para garantir vestígios ambientais. Pelo contrário, enquanto houver terras, a produção não para.
A busca por satisfazer ideais e ofertas mundiais traz conflitos entre a elevada população mundial e a disponibilidade na oferta de alimentos. Assim, gera um excesso de produção sem medir transtornos futuros. O que maltrata o ambiente.
A definitiva solução para esse problema seria a diminuição, ou até o congelamento, da produção. Entretanto, o Brasil pararia diante da economia mundial, e cairia totalmente de sua posição de país emergente. Mas ao se obter o equilíbrio de produção, o país estará sob controle. Pensar nas causas desfavoráveis do futuro implica garantir a preservação juntamente com o limite. Produzir é necessário, consumir também, se o limite de reposição ambiental for reconhecido. Dessa forma, o Brasil poderá ser até melhor que um país emergente.

Raquel Murad