domingo, 12 de junho de 2011

Eterna Compreensão (DIA DOS NAMORADOS)


Pessoas.... Quanto mais crescem, mais se voltam a elas mesmas e deixam de lado os relacionamentos, ou simplesmente não conseguem tê-los duradouro. A realidade é que a palavra "namoro" foi banalizada. Esqueceram que, dentro dela, há o amor.

Assim, fazem das relações apenas instantâneas satisfações do prazer. Nelas, não cabe o "conhecer" do outro. Não há total entrega. Não se é deixado aquecer por dentro.

Solidão. É o que resta. Pois mesmo no "estar junto" a alguém não há compartilhamento interior. Busca-se, então, uma razão para ser só. Somos obrigados a nos fechar em nós mesmos, e deixamos de ganhar momentos, pensamentos, vida compartilhados.

Como resolver não mais entediar a solidão? O real sentido do namoro nos declara: amor. Não o banal, dito da juventude. Não o iludidor, não o de interesse. Mas aquele da real essência. O capaz de dar sem receber. Só ele compreende, e torna os dias ao lado otimizados, ao invés de enfadonhos.

Como encontrá-lo? É preciso se abrir. O que não significa se entregar a todo tipo de relacionamento que aparecer. Mas sim conhecer. Só o saber nos faz compreender e, assim, capacita-nos à escolha.

E, depois, como mantê-lo? Diria Vinicius de Moraes, o poetinha, "que seja eterno enquanto dure". Digo, pois, "que dure por ser eterno". A capacidade de adaptação às mudanças do ser é habilidade desse amor, e possibilita tal duração. "Todo mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades" disse Camões. Quem ama, não endurece com o novo ser alheio. Afinal, namoro é um infinito conhecer.

Tomando, portanto, conhecimento do amor, entendamos que o namorar não é só limiar de solidão. Ele é um aprender sobre o outro que se eterniza, enquanto se ama. Sejamos eternos namorados!

Raquel Murad

sábado, 4 de junho de 2011

Ano Estrela


Sou o que passou. Serei também o que ida não findou.
Ilusões do amanhã fazem o sentir melhor.

Pés firmes no agora relutam para se realizar.


Dias passam, alguns mudam.

Porém, aqui dentro a esperança e sonho

se fazem constantes!


Ano foi, inconstante. Sou eu a não firmeza.

Liberta-se em mim a realidade da vida.

Ser o agora para depois ser o que se pretende.


Viagem dentro de mim. Retrospectiva.

Afetos antigos, carinho saudades.

Fica em mim gravada toda emoção.


Falta do tempo que não volta.

De pessoas amadas que ficam longe.

E no meu dia, dia em que a vida se completa em mim,
Lembranças vêm, saudosas.


Resta sentir o que está à tona agora.

Resta o esperar e o agir da espera.

Para, dessa forma, preencher
o deslize.
Recalcar as pedras.


Resta, tudo falta.

Falta, a falta resta.

Tem de ser coberta.

Resolvida.

Com a solução amarga doce
da esperança.

Além dos limites, do abismo, da queda.

Vejo o sereno, o ar límpido, a subida.

A inconstância se renova,
passa a findar-se em desalinho.

A andorinha pousa no céu.

E lá fica, firme, a flutuar...

Voa ao céu, retoma à terra.


Assim são os dias.
Vão e vêm.
Sem nada. Com tudo.

Forma-se então a ousadia

de se mover assim.

Apesar da queda,
apesar do mau brilho.

Apesar..

Brilha-se.

A espera brilha.

Sempre espera.

Sempre Estrela.

Raquel Murad (poema do meu aniversário de 19 anos, em 03/06/2011)

Máscara do não saber


Uma percepção. Raios de olhares a encontrar
Alguém, assim, diferente no agir.

Aumentam os dias, e junto as emoções.


Busco rastros, pistas, atenção.

Quem é ele? O que traz à tona em mim essa paixão?

Será causa ou consequência?

Desnorteia-se em mim o tempo.

Seu agir encanta. Sua mente, brilhante.

Mas quem é ele? Nome, vida. Em que crê?
Crê na vida, na esperança, ou apenas em si?

Diga-me, quem é?


Achei, acaso, Augusto. Nome de soberano.

Será esse o nome? Ou apenas acaso falso?

Aqui, deixo dúvidas. Certezas, nenhuma.

Na esperança de um dia a coragem surgir
E eu compreender.


Nesse instante, só vejo a luz dos meus olhos

Ao fitá-lo.

As esferas de incertezas.

Somente a firmeza de querer sabê-lo.

Sem rimas, só deslanchar de palavras.

Assim estão meus sentidos.

Até ordenar os pensamentos,

com o alívio da descoberta.

Fica aqui, então, a máscara da dúvida.

Mas também o rosto do primeiro interesse.

Desabrochou. Morrerá, ou ficará.

Se ficar, para sempre ou passageiro?


Voo na luz de meu coração augusto,

Soberano.

Realeza do céu

ou do chão da terra.