sábado, 27 de outubro de 2012

Somente na Inconstância

  Desde o nascer até a morte, colocando-se o viver nesse intervalo, o ser é paradoxal. A humanidade reage em busca de suas certezas à medida em que se despede, aos poucos, de sua jornada terrestre.

  Gregório de Matos, poeta barroco, questiona o universo em um de seus poemas, pois se o sol nasce, por que não dura? Se a vida surge, por que desfalece a cada instante e se acaba por fim? O mundo, em si, vive das variações que o acometem, trazendo dúvidas de sobrevivência: hora da morte, insatisfações pessoais e o não-cumprimento de vontades estáveis ou passageiras.

  Dessa maneira, a nova modernidade em que se está atua acelerando categoricamente tais manipulações dos sentidos. Ela oferece infinitas possibilidades para que o homem busque sua verdade e solidifique seu amanhã. Bens de consumo, variedades profissionais, posição e atuação social, relacionamentos, ideais diversos, tecnologia, inovação, enfim, são parte das opções modernas agindo, a princípio, em favor da humanidade.

  Entretanto, o "muito" leva ao descompasso: "Nasço amanhã. Movo-me onde há espaço: - meu tempo é quando.", disse Vinícius de Moraes, ou seja, a vida anda na direção do que surge à porta. Isso causa insegurança, não se sabe se o lugar onde está suprirá a vontade plena de satisfação. Há tantas outras possibilidades...

  Cria-se, então, a dificuldade do domínio sobre o futuro, por causa dos prazeres momentâneos a que se submetem os seres. A busca passa a ser volúvel e a objetivação, dissolvida. Não existe uma verdade confiável, a não ser aquela que motivou a "caça" às certezas: o paradoxo existência x morte. Gregório, ao final, afirma "a certeza somente na inconstância".

Raquel Murad
  

sábado, 20 de outubro de 2012

18 de outubro - Dia do Médico

Para além do fim em si mesmo: reconhecimento ou realização pessoal, médicos precisam expandir vida! Pular fronteiras da escassez, da negligência social, da insalubridade! Dedicar suas renúncias à tentativa de equidade. Medicina sem o próxi
mo é apenas uma teoria. 

sábado, 13 de outubro de 2012

Silencia...

Pensei e reparei que o que mais importa é saber do amor que tenho dado e de quem tenho verdadeiramente recebido. 
É triste quando, sem querer, faz-se parecer algo que não o é, transparece-se em vc algum tipo de sobreposição, orgulho ou antipatia que, na real, não existem.
O bom é que quem ama, ama! Não importam as más interpretações, amar é conhecer seu coração e intenção.
Minha fase, hoje, é a qu

 ietude. Através dela, interajo com meu mundo íntimo e percebo o que meu Pai quer que eu seja, amando a tudo e todos sem distinção ou condição, clamando por justiça, sendo aquilo que me foi concedido a ser, e assim agir conforme, "cristianamente".
O silêncio nem sempre é isolamento, mas sim é evitar conflitos, más interpretações, dissenso. É buscar a si (no meu caso, em Ds), para ser achado e cumprir o proposto em tempo bom.
Prefiro esse som de paz, que é a mansidão, pois também não anula o convívio e a interação, aprimora-os.
Silenciar é ser paciente, é calmaria ao agitado mar de meu ser. É saber portar-se no tempo, nas esferas incalculáveis da mente humana.
Vivo, entristeço, amo, silencio, penso, amo, vivo.
Meu ciclo vicioso na tentativa de aprimoramento..
Ah, Outubro! 
Esperança, admirando as estrelas..
Serei o que devo ser,
em favor à realeza do que virá.
Apesar de ainda não enxergar,
Eu sei: a vida, Graça, a finalidade..
Elas vão por entre meu caminhar!