quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sete vidas / Seven Pounds


Dias atrás, eu assisti a um filme impressionante. Sem exageros, um dos melhores que já vi. Isso porque ele me fez pensar, incentivou-me ideias, fez-me argumentar nossas atitudes, nossas ignorâncias. Filme assim é que eu gosto! Contarei sucintamente a história, para entendermos as argumentações!

O Filme é "Sete Vidas" ("Seven Pounds", no original), um drama estrelado por Will Smith. Ele representa um homem com uma vida normal, noivo de uma garota. Mas, enquanto dirigia, ele resolveu ler mensagens do trabalho no celular. Causando, assim, um acidente terrível em que morrem 7 pessoas, inclusive a sua noiva. Ele, vivo, cai em depressão e resolve salvar outras sete vidas no lugar dessas que morreram por sua causa. Começa a aparecer na vida das pessoas, e mudá-las, como um anjo. Doa fígado para uma, ajuda financeiramente outra. Até que encontra uma mulher com sérios problemas no coração, à beira da morte, e eles se apaixonam. Ele passa a cuidar dela como nunca cuidou de outra. Mostra realmente, o que é o amor pelas pessoas, o cuidar que não se preocupa consigo mesmo. Porém, seu sangua é raro e não há muitas probabilidades dela se salvar. Ele, então, resolver doar sua própria vida em favor das pessoas. Ele se suicida e doa seu coração a ela, e seus olhos a um cego. Um herói.

Emocionante, não?


Mas... até quando será necessário matarmos pessoas acidentalmente, para assim nos oferecermos como sacrifício a elas? Será que o mesmo egocentrismo que fez o personagem do filme bater o carro, nos atingirá sempre? Pense. Não é preciso sacrificar sua vida até a morte, como ele o fez. Mas pequenos gestos, em amor, já nos tira dessa roda egocêntrica. Uma ligação a uma amigo necessitado, um abraço em uma pessoa, mesmo que não tão amiga, e o mais importante e difícil: amar aqueles que o odeiam, que lhe fizeram mal. No filme, ele ajuda apenas as pessoas que ele pensa que merecem, que são boas. Lembre-se, Cristo amou e ajudou a quem não merece, graça imerecida! Pense, então, antes de julgar, de odiar. Se o personagem tivesse não só ajudado a essas pessoas boas, mas mostrado um pouco de amor também a quem não merece, certamente teria constrangido os "maus", e talvez tranformá-los.

Sempre pensamos "essa sociedade está a cada dia pior", "a sociedade não tem mais jeito"... Porém, quem é a sociedade? São as pessoas. VOCÊ é a sociedade. Não sei se pode mudá-la, mas pode fazê-la um pouco diferente com seu amor. Cuide das pessoas, as que estão à sua volta, e também as que você pensa ser inalcansáveis. Olhe em volta. VEJA A TODOS. Não só ver, mas olhar. Olhar as situações com amor, com intuito de melhorá-las. Às vezes não acreditamos em nós: como só eu posso mudar tudo, sendo que a maioria não pensa nas pessoas, sendo que ninguém pensa em mim, em nós, ao governar um lugar. Eu lhes digo que o mundo tem jeito sim, se pelo menos algumas pessoas atenderem ao chamado. Aí o mundo já não será igual. Sem você, tenha certeza, o mundo não seria o mesmo, estaria faltando uma pessoa.


Pense em sete pessoas, inicialmente. Conhecidas ou não. Comece orando por elas. Depois tente olhá-las, no sentido da necessitade. E ajude-as, mesmo que só com palavras, com abraços, com afetos. E mais importante: inclua aquela pessoa que te persegue, ou aquela a quem você não suporta. Faça algo que a surpreenda, nem que seja só mudar seu olhar perante ela. A vida lhe será mais leve.



Ame aos outros.

Cristo te amou.
Sem merecer.
Escolha a singeleza.
Despreze o orgulho. Egoísmo.
Ame. Aprenda.
Tente.

Que a Graça daquele O qual sempre nos VÊ, nos ampara, esteja SEMPRE contigo!

Raquel Murad

terça-feira, 20 de julho de 2010

Quando a esperança desfalece...

Quando a esperança desfalece,
Minh'alma clama pela paz.
A escuridão do mundo
Parece não ter jeito.
Vejo-me pequena,
sem possibilidade de atender
ao chamado da Terra,
ao clamor da natureza,
à miséria, à destruição, à decadência
de povos, nações, pessoas
necessitadas de uma gota mínima
não só de água, mas de AMOR.
O que haverá de acontecer?
Muitos necessitam, poucos ajudam.
Desigualdade, avareza.
Raros são os puros de coração.
A essa hora, minha esperança desfaleceu.
Minha mente vai à loucura,
pois mesmo fazendo o que posso para suprir
a falta de amor que no mundo há,
não parece, ao todo, ajudar.
Insuficiente pareço ser.
Contudo, a esperança não pode morrer.
Olhei ao alto, ao fundo no céu
Disse: Senhor, eu quero a todos ver.
Ver a fragilidade e supri-la.
Ver a miséria e matá-la.
Ver destruição e reconstruir.
Ver a morte e revivê-la.
Ver o caos e magnificá-lo.
Mas pequena, frágil, pobre, miserável sou.
Nada posso fazer sem Teu amor.
Ao que ele me respondeu:
Filha minha Tu és,
minha graça te dou.
O mundo em minhas mãos está,
teu clamor e de muitos eu ouvi.
Confie em mim, e o mundo abalado
não há de se destruir
a quem amar sem frieza.

EU SOU, Eu SEMPRE estou.
Estou no coração abatido,
para quebrantá-lo.
Estou na morte, para revivê-la.
Estou no caos, para glorificá-lo.
Só em MIM, o desastre pode ser contrução.
A mentira pode ser rendição.
E o desamor, via de arrependimento.
Não temas, NUNCA.
Vejo a ti e a todos que clamam,
a todos que ouviram meu chamado
e querem mudar o mundo,
de acordo com o que eu lhes ensinei.
Continue, persevere.
Mesmo assim, pequena.
Não esqueça, Eu sou contigo.
Não temas o porvir.
EU SOU a Luz da próxima manhã.
EU SOU!
....Sim, Senhor, TU ÉS!

Raquel Murad

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Interesse Bucólico


Nessa sociedade populosa, o verde dos campos e das árvores parecem desaparecer a cada instante. Quanto mais pessoas nascem, maior é o desmatamento. O valor das plantas parece não mais existir, o que é preocupante para o destino campestre.

Antigamente, a grande quantidade de homens era benéfica para a mão-de-obra no cultivo rural. Hoje, grande população é sinal de escassez bucólica. Isso porque os focos são outros, os interesses não são mais a favor da sociedade e do ambiente (isso se algum dia já o foram totalmente), e sim presam o bem-estar de quem detém o poder. E a cada dia isso se torna mais sobressalente.

Prova disso, na vida urbana, é a construção descontrolada, e muitas vezes desnecessárias, de prédios, empresas e comércios, sem o consentimento ambiental. As consequências não são levadas em conta, para eles o que importa é tão somente o lucro atual. Na vida rural, o mesmo ocorre quando se destinam terras para o plantio de determinado produto econômico, e a vegetação local fica comprometida. Em ambas situações, a paisagem verde é dependente da ação dos homens.

O mundo é movido ao poder, à transação de bens e aos interesses interregionais. Acabar com o progresso da economia para chegar à total preservação não é uma saída viável. Portanto, o equilíbrio deve ser mantido. A cada construção, tem de haver reflorestação. A cada ação destrutiva, uma nova vida há de ser regada. Só assim o futuro não surgirá sem o verde vital, e pode sim haver esperança.

Raquel Murad

Superioridade (Bullying)


O poder é uma palavra que define muito bem o que rege nossa sociedade. O bullying é uma prática escolar cometida por adolescentes que agridem física e moralmente colegas indefesos. Isso mostra como até crianças saem dos limites para mostrar superioridade.

Alunos com aparências diferentes, tímidos e incapazes de se defender são algumas vítimas de comportamentos agressivos. Mas o que realmente leva crianças a cometerem tal atrocidade? Geralmente eles, os bully's, têm a necessidade de que os outros os vejam como sendo os melhores. E, ao praticar o bullying, afirmam a decadência do vitimado em relação a eles. São incapazes de lidar com diferenças e se veem "donos do mundo". Tal pensamento, na maioria das vezes, é proveniente dos pais que não prestam a atenção aos valores dados, e as crianças simplesmente as copiam.

A inveja também é outro motivo que leva a discórdias. Os agressores não admitem quando veem alunos melhores que eles, em relação a notas. No fundo, querem ser como eles, e assim passam a desmoralizá-los, com o fim de relatar superioridade em algum aspecto. Essa violência psíquica é a mais usada, e o preocupante é que muitos não dão a devita atenção a ela, a mais prejudicial em relação a traumas psicológicos futuros.


A principal educação capaz de evitar o
bullying é a vinda da família. Pais devem saber da vida escolar de seus filhos e dar a eles as devidas punições e conselhos. A pior consequência da vida urbana "corrida" é a falta de tempo dedicado à ação das crianças nas escolas. Mas o colégio também deve cumprir sua parte, dando devidas informações aos responsáveis pelo aluno e criando projetos de resistência à violência. Deve também considerar que tais problemas pedem a necessidade de tratamentos com psiquiatras, tanto para o agressor como para a vítima. Só assim traumas bruscos poderão ser evitados ao máximo.

Falar bem e não dizer nada?


Principalmente em se tratando de políticos, vemos o vocablário alteroso em seus discursos. Mas a maioria das pessoas não entendem o que se é dito, aliás, nem mesmo os próprios políticos entendem. Só ficam estupefactos com a beleza das palavras...

E como é possível tal fato acontecer? Como alguém pode montar uma linda frase, com regras gramaticais totalmente impecáveis, mas sem o mínimo sentido? É o famoso ditado "falar bem e não dizer nada". E é explicado pela ciência médica: as partes do cérebro responsáveis por processar a gramática das palavras e por processar o sentido imposto na junção delas são diferentes. Há a "Área de Broca", que organiza a linguagem e a fala de cada idioma, e a "Área de Wernicke", que dá o sentido das informações e suas relações simbólicas.

Portanto, é possível "pensar" só com a Área de Broca, e dar uma estrutura formal à fala, mas não lógica. É o que acontece com a maioria dos políticos. Precisam entender, urgentemente, que suas Áreas de Wernicke também são funcionais...e por que,então, não a usam com mais frequência?


Raquel Murad