sábado, 4 de junho de 2011

Ano Estrela


Sou o que passou. Serei também o que ida não findou.
Ilusões do amanhã fazem o sentir melhor.

Pés firmes no agora relutam para se realizar.


Dias passam, alguns mudam.

Porém, aqui dentro a esperança e sonho

se fazem constantes!


Ano foi, inconstante. Sou eu a não firmeza.

Liberta-se em mim a realidade da vida.

Ser o agora para depois ser o que se pretende.


Viagem dentro de mim. Retrospectiva.

Afetos antigos, carinho saudades.

Fica em mim gravada toda emoção.


Falta do tempo que não volta.

De pessoas amadas que ficam longe.

E no meu dia, dia em que a vida se completa em mim,
Lembranças vêm, saudosas.


Resta sentir o que está à tona agora.

Resta o esperar e o agir da espera.

Para, dessa forma, preencher
o deslize.
Recalcar as pedras.


Resta, tudo falta.

Falta, a falta resta.

Tem de ser coberta.

Resolvida.

Com a solução amarga doce
da esperança.

Além dos limites, do abismo, da queda.

Vejo o sereno, o ar límpido, a subida.

A inconstância se renova,
passa a findar-se em desalinho.

A andorinha pousa no céu.

E lá fica, firme, a flutuar...

Voa ao céu, retoma à terra.


Assim são os dias.
Vão e vêm.
Sem nada. Com tudo.

Forma-se então a ousadia

de se mover assim.

Apesar da queda,
apesar do mau brilho.

Apesar..

Brilha-se.

A espera brilha.

Sempre espera.

Sempre Estrela.

Raquel Murad (poema do meu aniversário de 19 anos, em 03/06/2011)

Um comentário:

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Bonito, o seu jeito humano e tranquilo de, poeticamente, dizer do passado e do presente, do que foi e do que poderia ter sido, do que virá... Gosto desse jeito...O meu jeito é contundente, não há quase poesia, apesar dos sentimentos e dos afetos que me ligam aos fatos que, em prosa, eu vou narrando, à medida que as lembranças vão brotando, à medida que o presente se confunde com o passado, neste vai e vem da vida...

Um forte abraço