A arte de ser consiste em saber se expressar. "Humanae Vitae", do latim "Vida Humana", é um termo que nos condiz a afirmarmos a real essência de nós mesmos. Para este fim, é necessário abstermo-nos dessa "Humanidade" vil e recompensarmo-nos através de uma sutil libertação de linguagem, que é uma expressão manifesta na mente, em um papel, em um livro, em um blog. * RAQUEL MURAD *
domingo, 12 de junho de 2011
Eterna Compreensão (DIA DOS NAMORADOS)
Pessoas.... Quanto mais crescem, mais se voltam a elas mesmas e deixam de lado os relacionamentos, ou simplesmente não conseguem tê-los duradouro. A realidade é que a palavra "namoro" foi banalizada. Esqueceram que, dentro dela, há o amor.
Assim, fazem das relações apenas instantâneas satisfações do prazer. Nelas, não cabe o "conhecer" do outro. Não há total entrega. Não se é deixado aquecer por dentro.
Solidão. É o que resta. Pois mesmo no "estar junto" a alguém não há compartilhamento interior. Busca-se, então, uma razão para ser só. Somos obrigados a nos fechar em nós mesmos, e deixamos de ganhar momentos, pensamentos, vida compartilhados.
Como resolver não mais entediar a solidão? O real sentido do namoro nos declara: amor. Não o banal, dito da juventude. Não o iludidor, não o de interesse. Mas aquele da real essência. O capaz de dar sem receber. Só ele compreende, e torna os dias ao lado otimizados, ao invés de enfadonhos.
Como encontrá-lo? É preciso se abrir. O que não significa se entregar a todo tipo de relacionamento que aparecer. Mas sim conhecer. Só o saber nos faz compreender e, assim, capacita-nos à escolha.
E, depois, como mantê-lo? Diria Vinicius de Moraes, o poetinha, "que seja eterno enquanto dure". Digo, pois, "que dure por ser eterno". A capacidade de adaptação às mudanças do ser é habilidade desse amor, e possibilita tal duração. "Todo mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades" disse Camões. Quem ama, não endurece com o novo ser alheio. Afinal, namoro é um infinito conhecer.
Tomando, portanto, conhecimento do amor, entendamos que o namorar não é só limiar de solidão. Ele é um aprender sobre o outro que se eterniza, enquanto se ama. Sejamos eternos namorados!
Raquel Murad
sábado, 4 de junho de 2011
Ano Estrela
Sou o que passou. Serei também o que ida não findou.
Ilusões do amanhã fazem o sentir melhor.
Pés firmes no agora relutam para se realizar.
Dias passam, alguns mudam.
Porém, aqui dentro a esperança e sonho
se fazem constantes!
Ano foi, inconstante. Sou eu a não firmeza.
Liberta-se em mim a realidade da vida.
Ser o agora para depois ser o que se pretende.
Viagem dentro de mim. Retrospectiva.
Afetos antigos, carinho saudades.
Fica em mim gravada toda emoção.
Falta do tempo que não volta.
De pessoas amadas que ficam longe.
E no meu dia, dia em que a vida se completa em mim,
Lembranças vêm, saudosas.
Resta sentir o que está à tona agora.
Resta o esperar e o agir da espera.
Para, dessa forma, preencher o deslize.
Recalcar as pedras.
Resta, tudo falta.
Falta, a falta resta.
Tem de ser coberta.
Resolvida.
Com a solução amarga doce da esperança.
Além dos limites, do abismo, da queda.
Vejo o sereno, o ar límpido, a subida.
A inconstância se renova, passa a findar-se em desalinho.
A andorinha pousa no céu.
E lá fica, firme, a flutuar...
Voa ao céu, retoma à terra.
Assim são os dias. Vão e vêm.
Sem nada. Com tudo.
Forma-se então a ousadia
de se mover assim.
Apesar da queda, apesar do mau brilho.
Apesar..
Brilha-se.
A espera brilha.
Sempre espera.
Sempre Estrela.
Raquel Murad (poema do meu aniversário de 19 anos, em 03/06/2011)
Máscara do não saber
Uma percepção. Raios de olhares a encontrar
Alguém, assim, diferente no agir.
Aumentam os dias, e junto as emoções.
Busco rastros, pistas, atenção.
Quem é ele? O que traz à tona em mim essa paixão?
Será causa ou consequência?
Desnorteia-se em mim o tempo.
Seu agir encanta. Sua mente, brilhante.
Mas quem é ele? Nome, vida. Em que crê?
Crê na vida, na esperança, ou apenas em si?
Diga-me, quem é?
Achei, acaso, Augusto. Nome de soberano.
Será esse o nome? Ou apenas acaso falso?
Aqui, deixo dúvidas. Certezas, nenhuma.
Na esperança de um dia a coragem surgir
E eu compreender.
Nesse instante, só vejo a luz dos meus olhos
Ao fitá-lo.
As esferas de incertezas.
Somente a firmeza de querer sabê-lo.
Sem rimas, só deslanchar de palavras.
Assim estão meus sentidos.
Até ordenar os pensamentos,
com o alívio da descoberta.
Fica aqui, então, a máscara da dúvida.
Mas também o rosto do primeiro interesse.
Desabrochou. Morrerá, ou ficará.
Se ficar, para sempre ou passageiro?
Voo na luz de meu coração augusto,
Soberano.
Realeza do céu
ou do chão da terra.
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