A arte de ser consiste em saber se expressar. "Humanae Vitae", do latim "Vida Humana", é um termo que nos condiz a afirmarmos a real essência de nós mesmos. Para este fim, é necessário abstermo-nos dessa "Humanidade" vil e recompensarmo-nos através de uma sutil libertação de linguagem, que é uma expressão manifesta na mente, em um papel, em um livro, em um blog.
* RAQUEL MURAD *
Pessoas.... Quanto mais crescem, mais se voltam a elas mesmas e deixam de lado os relacionamentos, ou simplesmente não conseguem tê-los duradouro. A realidade é que a palavra "namoro" foi banalizada. Esqueceram que, dentro dela, há o amor.
Assim, fazem das relações apenas instantâneas satisfações do prazer. Nelas, não cabe o "conhecer" do outro. Não há total entrega. Não se é deixado aquecer por dentro.
Solidão. É o que resta. Pois mesmo no "estar junto" a alguém não há compartilhamento interior. Busca-se, então, uma razão para ser só. Somos obrigados a nos fechar em nós mesmos, e deixamos de ganhar momentos, pensamentos, vida compartilhados.
Como resolver não mais entediar a solidão? O real sentido do namoro nos declara: amor. Não o banal, dito da juventude. Não o iludidor, não o de interesse. Mas aquele da real essência. O capaz de dar sem receber. Só ele compreende, e torna os dias ao lado otimizados, ao invés de enfadonhos.
Como encontrá-lo? É preciso se abrir. O que não significa se entregar a todo tipo de relacionamento que aparecer. Mas sim conhecer. Só o saber nos faz compreender e, assim, capacita-nos à escolha.
E, depois, como mantê-lo? Diria Vinicius de Moraes, o poetinha, "que seja eterno enquanto dure". Digo, pois, "que dure por ser eterno". A capacidade de adaptação às mudanças do ser é habilidade desse amor, e possibilita tal duração. "Todo mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades" disse Camões. Quem ama, não endurece com o novo ser alheio. Afinal, namoro é um infinito conhecer.
Tomando, portanto, conhecimento do amor, entendamos que o namorar não é só limiar de solidão. Ele é um aprender sobre o outro que se eterniza, enquanto se ama. Sejamos eternos namorados!
Uma percepção. Raios de olhares a encontrar Alguém, assim, diferente no agir. Aumentam os dias, e junto as emoções.
Busco rastros, pistas, atenção. Quem é ele? O que traz à tona em mim essa paixão? Será causa ou consequência? Desnorteia-se em mim o tempo. Seu agir encanta. Sua mente, brilhante. Mas quem é ele? Nome, vida. Em que crê? Crê na vida, na esperança, ou apenas em si? Diga-me, quem é?
Achei, acaso, Augusto. Nome de soberano. Será esse o nome? Ou apenas acaso falso? Aqui, deixo dúvidas. Certezas, nenhuma. Na esperança de um dia a coragem surgir E eu compreender.
Nesse instante, só vejo a luz dos meus olhos Ao fitá-lo. As esferas de incertezas. Somente a firmeza de querer sabê-lo.
Sem rimas, só deslanchar de palavras. Assim estão meus sentidos. Até ordenar os pensamentos, com o alívio da descoberta.
Fica aqui, então, a máscara da dúvida. Mas também o rosto do primeiro interesse.
Desabrochou. Morrerá, ou ficará. Se ficar, para sempre ou passageiro?
Voo na luz de meu coração augusto, Soberano. Realeza do céu ou do chão da terra.